segunda-feira, 13 de setembro de 2010

sobre falar demais.


E quando a médica me olhou e perguntou: “tu costuma falar muito?”

Putz. Caiu o chão. Eu, falando muito? Que isso. Piada? Eu falo super pouco. Apenas o necessário. E quando necessário. Mentira.

Após alguns segundos de tensão total, minha vontade era de responder: olha moça eu falo bastante mas eu bem que queria falar menos sabe só o necessário porque às vezes parece que eu falo falo falo e falo e daí não consigo ficar quieta nem para pensar nas coisas que acabei de falar e a minha mãe vive me dizendo isso e minha psicóloga disse que falar demais pode atrapalhar e muito e por ai vai.

Assim, despejando na mesinha da Dra. todos os meus problemas relacionados a falar demais. Porque falar demais não significa apenas a quantidade de palavras por metro quadrado, e sim a quantidade de coisas que eu nem precisava dizer, mas acabo fazendo. Claro que ela estava perguntando porque sua preocupação era com a minha faringite, mas acabei percebendo que falar demais não causa faringite. E mesmo que fosse, faringite é o menor dos problemas.

Falar demais acaba gerando efeitos colaterais, reações alérgicas, e por ai vai (de novo). Então agora a moral da historia é selecionar palavras, pessoas, direções, momentos. Eu já vinha fazendo isso. E a faringite veio para ajudar.

E para a Dra. eu respondi: “é, eu costumava falar, sim.”

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