eu acho que às vezes a gente se confunde um pouco: não somos necessariamente fracos em algumas situações. às vezes, é a situação em sei que requer mais força que a gente tem.
e como a gente sai desses casos está realmente no buraco que a gente faz enquanto procura força para agir. é aquele silêncio que ninguém entende e parece depressão. é aquele dormir mais cedo que os amigos podem não gostar. é o não fazer nada, estar imerso na inércia de pensar. e pensar. alguém não vai entender o motivo que nos faz ficar parados. o corpo não faz nada, a boca não fala, as mãos se distanciam. e a mente dá muitas voltas nela mesma, tenta recuperar dados das coisas que vivemos, tenta recriar nela mesma projeções das escolhas que a gente pode fazer, fica se debatendo nas conexões e tentando achar uma saída.
e a gente vai, olha que legal, amadurecendo. eu acho que o real significado de amadurecer está aí. nesse pesar todo, nesse combinar e não conseguir chegar, porque ficou preso dentro da própria existência. eu acho que a gente amadurece mais quando está no chão tentando levantar que quando a gente cai.
a gente amadurece quando descobre como levantar. e aguenta todo o resto porque tomou a decisão certa. aguenta que vai levantar e alguma parte do corpo vai doer, que pode ficar uma cicatriz, que torceu o pulso. mas a decisão certa é o conforto. é o carinho no cabelo. é aquele deus super bacana nos respondendo: eu sei que você caiu, eu até acho que fiz você cair. mas é assim mesmo, tá? e agora você vai levantar e começar de novo. o que está doendo, deixa que eu cuido. cuide de você, e sorria para o que está vindo.
e a gente tem que ter a pose de levantar. tem que catar no chão a confiança em si e ir. não é de graça que uma crise é realmente uma grande oportunidade. é aquele buraco que a gente fez. dá pra construir um prédio de sete andares nesse buraco, dá pra fazer um estádio de futebol. o buraco existe, né, gente, agora vamos juntar o que é preciso para construir uma coisa muito legal por ali.
Mariana,
ResponderExcluirmais uma vez (como em tantas outras vezes por aqui), tiro o chapéu pra sua sensibilidade, pra sua forma sempre positiva de olhar pra vida. Gosto muito de ler os seus textos.