Eu fiquei um tempão pensando numa coisa muito curiosa. Explico: eu conheço várias pessoas que, talvez até sem saber, são movidas pela rotina. A rotina é a segurança. A rotina é o motor, é o que faz respirar. Sabe?
Essas pessoas devem ter tido diários quando adolescentes. Daqueles com todas as páginas preenchidas e tal. Sei lá. Essas pessoas devem gostar de almoçar ao meio dia e dormir pelas dez. Às vezes eu queria ser assim. Poucas vezes, confesso. Porque (também fiquei um tempão pensando), quem se apega loucamente à rotina não procura (mais loucamente ainda) por tudo novo de novo todo dia.
Sim, é difícil conseguir uma novidade incrível cada vez que a gente acorda, eu sei, mas procurar é a delícia. Eu gosto da falta de planos, da falta de tudo igual, das mudanças que fazem a gente se entregar. É bem melhor sofrer por ter ido até o fundo do que fugir até do começo.
Eu não confio muito em quem tem medo. Que eu me lembre, o medo nunca levou ninguém a lugares legais. É. Bem assim. Não confio em quem deixa para depois, não confio em quem acha que a vida tá sempre linda esperando pra nos dar o amanhã. Eu confio justamente em quem não confia na vida, e por isso tem que tirar tudo que consegue dela hoje.
É por aí... Talvez eu mude de ideia amanhã, e fique olhando para esse texto com cara de idiota e achando que eu estava errada. Mas por enquanto é nisso que eu acredito... Numa coisa bem simples, mas que para muitos ainda é (meus pêsames) um mistério: viver.
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