terça-feira, 24 de janeiro de 2012

entre aspas.


O amor não é grande no barulho, é suave na entrega. O amor não fala alto, não avisa a todos. Ele nem quer sair da cama, para não acordar os passarinhos na sacada. O amor não grita. Nunca. Não aumenta o volume do seu desejo, ele não confere o troco. Volta para casa pobre, e cheio de universo para celebrar. 

O amor nem tem hora de dizer o que é, escreve um livro inteiro de sonhos enquanto espera o outro chegar. O outro amor, ou o mesmo amor, para variar. O amor é de quem é muita coisa em si, que perfuma com cheirinho de bolo de fubá sempre que aquela bendita hora chegou a hora de chegar. 

O amor é aquele sorriso que ficou na esquina da porta do elevador, é metade de um segundo que enxergou seu corpo por baixo do algodão recém lavado. E ouviu ele sussurrar. É uma arte mirabolante, é a mágica da varanda da casa. O amor é um truque sem mistério, complexo e simples, para nunca se desvendar. 

O amor é a caixinha de canetas coloridas, é a casa na árvore de pensar. Ele pode não existir em tudo que é meu, e num instante desabrocha com apenas uma gota de mar. Uma gota de amar. O amor olha através da boca e fala pelo olhar. 

Um comentário:

  1. Mari, posta mais teus textos
    lindooooooos e bafonicos!!
    me inspiro tanto com eles.
    Amo as tuas palavras e a
    serenidade de como tu
    escreve.
    Bjos

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