sábado, 6 de novembro de 2010

devaneios noturnos.


Eu andei pensando sobre as palavras mudança e transformação. 

Mudança tem a ver com sair de uma condição, assumir outra. Trocar o estado em que se encontra para outro, talvez uma zona de conforto por uma de super alto impacto. Poderia ser sempre isso. No dicionário tem alguma coisa sobre "desfigurar" (Realmente tem gente que muda e fica parecendo desfigurada. Mesmo.) Eu particularmente gostei de "retirar da posição em que estava, remover". Agora sobre transformar. Tem a ver com "tomar uma nova feição ou caráter". Tudo a ver com alterar-se. Parece tudo a mesma coisa. Fim da primeira parte. 

Bom, aí eu estava deitada, muito cansada, tentando dormir e não conseguia. Eu pensando sobre o quanto as mudanças e as transformações são a mesma coisa, mas algo me dizia que elas não tinham nada a ver. Como assim? Eu pensei em quantas vezes eu já mudei na vida, e quantas outras eu já me transformei. Começando pelo  som das próprias palavras, transformar ganha sem qualquer esforço. É mais bonita, mais cheia de graça. Mudar me dá a sensação de ter que jogar a casa fora e reconstruir do zero. E justamente essa sensação que não me deixava dormir. 

Mudança tem gosto de coisa radical. "Eu preciso mudar tudo". Essa frase se diz muito por aí. Quase nunca as pessoas precisam mudar só um pouquinho. Quando a gente fala em mudar, sempre é muito. É tudo. Ou a gente tenta que seja. E transformar não. Apesar de ser uma palavra muito menos usada que a sua oponente literária nesse humilde texto, transformar para mim é tipo mexer com detalhes. É tipo parar de pensar no todo que deve ser mudado, e ir transformando em doses homeopáticas. É rever a velha casa no dia a dia, mas sem ter que reconstruir a estrutura. Até porque obra grande sempre dá problema. Fim da segunda parte.

E sobre o quanto eu já mudei? Menos do que gostaria, eu acho. Mas a perfeição não é meu céu. Se eu pudesse ver de cima os meus desejos nessa vida, encheria-os de transformar. Ser diferente sem deixar de ser o que se era. Fazer outra coisa sem ignorar o que se foi. Ter um novo namorado sem esquecer o quanto aquele "velho" me fez feliz. Fazer uma nova viagem sem deletar do pensamento as antigas paisagens. Seria isso. 

Trazer mais felicidade para a vida a partir de pequenas (e por isso belas) transformações.  

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