terça-feira, 21 de dezembro de 2010

simplesmente eu, clarice lispector


eu adoro ir para são paulo. isso todo mundo sabe. eu gosto de estar lá, sozinha, andando pelas ruas, procurando referências, esperando pelas ideias. gosto de tomar café em lugares diferentes, gosto de entrar nas livrarias e ficar horas viajando. gosto de ver as pessoas. enfim... são paulo é divertida sob alguns aspectos. sempre tem alguém almoçando. independente do horário. sempre tem alguém trabalhando, óbvio. sempre tem algum nextel fazendo barulho, sempre tem algum dedo em alguma tela touchscreen. tem cinema a qualquer hora, tem qualquer tipo de comida que a gente imaginar. tem que tentar atravessar a paulista, que quando a gente chega na metade já abre o sinal de tão grande que ela é. tem starbucks, tem muffin de blueberry. ah, tem. e aí em são paulo eu adoro ir ao teatro. aliás, eu adoro sempre. mas lá é diferente. na sexta passada eu assisti a beth goulart no espetáculo "simplesmente eu", montado com textos maravilhosos (isso é uma redundância) da clarice lispector. indescritível, apaixonante, envolvente. perfeito. nada menos que perfeito. eu estava sozinha numa plateia enorme, mas aposto que sorria mais que qualquer um lá. serenidade para mim é mais que felicidade. e é isso que eu sinto quando estou sozinha, seja em são paulo, seja na minha rotina. serenidade de escolhas, de destino, de verdade. 

e um pouquinho de clarice, porque às vezes a gente se sente bem assim.

"o que eu sinto eu não ajo
o que ajo não penso
o que penso não sinto.
do que sei sou ignorante.
do que sinto não ignoro.
não me entendo
e ajo como se me entendesse."



2 comentários:

  1. Na balada literária vi uma mesa com ela e com o marcelo rubens paiva. impressionante a paixão com que ela montou esse espetáculo. to louco pra ver.

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  2. tem que ver a paixão com que ela FAZ o espetáculo. quando vier pra porto, super me convida que eu vou contigo!

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