CANALHA (em resposta e homenagem ao Fabro)
É mentir com ternura
Ferir com delicadeza
É dar certeza
Ao passo em falso
Para que ela se precipite
Ao precipício
De olhos fechados
É pedir a mão
Tocando
Entre as pernas
É estar entre as pernas
Beijando as pálpebras
Fechadas
É fazê-la morder
Os lábios
Para que não diga
Os olhos machucados
É ensinar seu idioma
Até que ela
Desaprenda sua língua
E o coloque inteiro
Na boca
Fique insana
E insone
Na ausência
E não compreenda
Como pode
Querer estar tão perto
E tão longe
Do mesmo homem
Everton Behenck
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