Fazia tempo que eu não recorria às palavras para desmontar a tristeza, tentar encontrar serenidade. Fazia tempo que eu não sentia essa angústia toda, que realmente só me faz querer desistir. Fazia tempo que eu sequer pensava em desistir. Que eu não tinha a sensação de poder ir embora em paz, por ter tentado, esperado, mudado, pensado, esperado de novo, tentado mais uma vez. Fazia tempo que as partes de mim inteirinhas não faziam mal assim. Fazia tempo que eu não me sentia em vão. Que eu não ia dormir pra esquecer. Que eu não ia esquecer pra voltar a viver. É inevitável dizer que eu sempre fui até os lugares onde as coisas que eu quero estavam, que eu sempre tentei entender, estudar e aprender sobre mim para conseguir chegar. Mas agora chega. Tem céu ali do lado. Sempre teve céu aberto para mim. Chega de subir e descer em emoções, chega de comprar a briga sozinha, chega de abrir a janela e desperdiçar o sol. Volto para onde eu estava, porque de fato nenhum amor vale a pena se deve ser colhido por uma mão só. O amor vale a pena quando é transbordar de si e fazer uma tele-entrega diária de alegria na casa do outro. O amor é tocar a campainha sem nem ter certeza de que ela vai estar em casa, mas sorrir para a porta pensando que já valeu a pena estar ali. Nada que não seja leve, livre, lindo e louco pode ser amor. E quando deixa de ser alguma dessas coisas, o melhor a fazer é guardar as lembranças no bolso e caminhar para a próxima estação.
chorei. pode?
ResponderExcluireu tbm chorei. acho que pode, então.
ResponderExcluire vários dias depois, eu também chorei. continua podendo, né?
ResponderExcluirvocês podem o que quiserem.
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