quinta-feira, 8 de setembro de 2011

acho que esquilos comem salada.


A gente espera até amanhã para dizer que quer. Os nossos melhores projetos a gente guarda na gaveta. Os nossos sorrisos mais profundos a gente só entrega de vez em quando. A gente abraça com força apenas quando acha que vai perder. A gente acredita que estará sempre aqui para ver tudo que ainda vai acontecer.

A ginástica fica para o mês que vem. Todo mundo faz isso. Eu deixo a ginástica para o mês que vem desde que eu nasci, detesto ginástica. A gente ouve as melhores músicas e deixa o resto do CD de lado. A gente vai achando que escolhe sempre, tudo. Escolhe o tempo, escolhe o momento, escolhe a cor do dia lá fora. Não. Nem que eu estivesse forever alone na ilha mais deserta do deserto mais deserto (nota mental: lembrar que não existe ilha em deserto) eu escolheria tudo. 

Existe o tempo dos outros. E, olha que bacana, ele não é o mesmo que o nosso. Os outros não sentem as coisas do mesmo jeito que a gente. Não sentem as batidas com o ritmo da nossa filosofia. Demoram mais, demoram menos. São do jeito deles. E a gente tem que entender. 

Mas eu diria mais.

A gente tem que se movimentar a partir disso. E não contra isso. Se a gente for contra, a gente não age com respeito e serenidade. Claro que eu não estou dizendo aqui que a gente tem que virar idiota passivo de tudo que acontece. Não. A gente se movimenta. Se entrega. Olha, observa. E aí?

Chegamos no ponto mais importante. E justamente nele, você foi embora. O problema é que esse era o meu ponto mais importante. Era o meu momento. Era o meu tempo. Você foi embora. Aliás, você nem veio. 

É. O tempo passou. Passamos o tempo. Mudamos até a cama de lugar. Chegou a hora de olhar para o que fizemos. Eu não sei você, mas eu aprendi que esquilinhos comem morangos, que existe uma teoria de um número muito doido que tá em tudo que a gente vê na natureza, que um pedacinho de universo tem em si todo o universo e que quando a gente bate a cabeça tem que colocar gelo (ou ervilhas congeladas, o que aparecer primeiro).

Ah, eu também aprendi a comer salada. Mas isso eu posso garantir que não mudou a minha vida como todas as outras coisas que aconteceram nesses quatro meses. 

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