terça-feira, 24 de janeiro de 2012

entre aspas.


O amor não é grande no barulho, é suave na entrega. O amor não fala alto, não avisa a todos. Ele nem quer sair da cama, para não acordar os passarinhos na sacada. O amor não grita. Nunca. Não aumenta o volume do seu desejo, ele não confere o troco. Volta para casa pobre, e cheio de universo para celebrar. 

O amor nem tem hora de dizer o que é, escreve um livro inteiro de sonhos enquanto espera o outro chegar. O outro amor, ou o mesmo amor, para variar. O amor é de quem é muita coisa em si, que perfuma com cheirinho de bolo de fubá sempre que aquela bendita hora chegou a hora de chegar. 

O amor é aquele sorriso que ficou na esquina da porta do elevador, é metade de um segundo que enxergou seu corpo por baixo do algodão recém lavado. E ouviu ele sussurrar. É uma arte mirabolante, é a mágica da varanda da casa. O amor é um truque sem mistério, complexo e simples, para nunca se desvendar. 

O amor é a caixinha de canetas coloridas, é a casa na árvore de pensar. Ele pode não existir em tudo que é meu, e num instante desabrocha com apenas uma gota de mar. Uma gota de amar. O amor olha através da boca e fala pelo olhar. 

uma vontade de ser melhor amiga da fêpaesleme. passou.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

telhados de paris.


Existe uma crise dos 25. Eu passei por ela. Mas, segundo teorias, filosofias e eu sei lá o que mais, existe um momento muito importante aos 26. Deve ser porque a crise dos 26 acaba e a gente tem que fazer as contas consigo e olhar para a vida de adulto definitivamente. E tem muita coisa pra refletir, escrever, pensar, falar sobre isso. Mas hoje acordo com um aprendizado dessa madrugada, que eu realmente gostaria de compartilhar com vocês. Eu aprendi que ter paz dentro de si é melhor que ter qualquer coisa. Melhor que ter razão, melhor que ter milhas no cartão de crédito, melhor que ter um iphone, melhor que ter ingresso pro show dos Beatles amanhã. Brincadeiras de lado, ter paz é a melhor coisa que a gente pode ter. Melhor que buscar sempre a última palavra, melhor que bater o pé no chão por alguma coisa que a gente jura, mas que na verdade nem deveria achar. Vamos procurar paz por todos lados, viver uma vida leve, simples e cheia de pernas para pedalar, trilhas para descer, momentos para dividir e água de cachoeira para nos refrescar. E o que não for isso, que não chegue nem perto. 

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

viver um amor de promessas malucas.

make it real.


eu acho que as decisões certas da vida da gente carregam em si toda energia que a gente precisa para fazê-las acontecerem. e virarem as nossas novas realidades. não precisa justificativa, não precisa pensamento, sensação. precisa apenas ser. 

um curso sobre felicidade e um pouco de desapego.



Eu acabei de me dar conta que a propaganda não é a alma do negócio. O desapego é que é. E eu pensei isso porque estou definitivamente jogando fora/doando todas as coisas que não provarem servir para, pelo menos, alguma coisa na minha vida. Eu olho para as coisas e elas têm cinco minutos para me falarem por que ainda andam por aqui enchendo as minhas gavetas, os meus armários e os meus devaneios. E se não falarem, não tem chance. Não adianta chorar. 

E eu pensei nisso quando peguei um pedaço de caderno na mão. Eu já joguei quase todo ele fora, ficaram algumas páginas com anotações sobre um curso que eu fiz. Um curso sobre felicidade. É, você leu direito. Felicidade. Mas como assim? Dá pra aprender felicidade? Dá pra estudar felicidade? E a gente vai ficar lendo/escrevendo/estudando/revisando uma coisa que, originalmente, era feita só pra sentir? 

O quanto a gente, oi clichê, complica tudo. A gente fica tentando entender coisas que foram feitas pra sentir. É claro que dá confusão. Imagina se a gente tentasse comer coisas que foram feitas pra, sei lá, transportar as pessoas? E se a gente tentasse conversar com outras coisas, que foram feitas pra decorar uma sala? Sim, isso parece engraçado. E tentar explicar um monte de coisa que foi feita pra sentir não é? Tipo a felicidade? Ou a amizade, ou o amor, ou o desejo, ou a saudade? Nada. Chega de bobagem. Deixa o olho brilhar, deixa o coração sentir, que ele foi feito pra isso. 

Bom, mas voltando ao desapego, que era o assunto do meu post, resolvi isso para esse new year bem lindo que começou. Por mais antigo que seja aquele livro, por mais importante que pareça aquela peça de roupa que a gente não usa há décadas, tem que sair, tem que mudar, tem que deixar fluir. É um exercício fantástico, quase nobre, eu diria. Tem que virar do avesso a energia da vida, tem que mudar tudo e ver o que acontece. Porque o que acontece quando a gente não muda nada, convenhamos, a gente já cansou de saber.