sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

é assim.

apesar do céu
a gente só vai voar.

um novo poeta na minha vida (?)

CANALHA (em resposta e homenagem ao Fabro)

É mentir com ternura
Ferir com delicadeza

É dar certeza
Ao passo em falso

Para que ela se precipite
Ao precipício

De olhos fechados

É pedir a mão
Tocando

Entre as pernas

É estar entre as pernas
Beijando as pálpebras

Fechadas

É fazê-la morder
Os lábios

Para que não diga
Os olhos machucados

É ensinar seu idioma
Até que ela

Desaprenda sua língua

E o coloque inteiro
Na boca

Fique insana
E insone

Na ausência

E não compreenda
Como pode

Querer estar tão perto
E tão longe

Do mesmo homem

Everton Behenck

bipolar, por fabrício carpinejar.

uma coisinha que faltava para encerrar o ano... deixar para vocês algumas partes de uma das minhas crônicas preferidas do carpinejar. uma em que me inspiro muito, que eu risquei de lápis de cor colorido no meu livro, que eu releio sempre que sinto vontade de voar por aí.

está no livro o amor esquece de começar.




bipolar

eu amo desorganizado, desavergonhado. tenho um amor que não é fácil de compreender porque é confuso. não controlo, não planejo, não guardo para o mês seguinte. a confusão é quase uma solidão adicional. uma solidão emprestada.

(...)

amar demais é o mesmo que não amar. a sobra é o mesmo que a falta. desejava encontrar no mundo um amor igual ao meu. se não suporto o meu próprio amor, como exigir isso?

um dia li uma frase de hegel: "nada de grande se faz sem paixão." mas nada de pequeno se faz sem amor.

a paixão testa, o amor prova.
a paixão acelera, o amor retarda.
a paixão repete o corpo, o amor cria o corpo.
a paixão incrimina, o amor perdoa.
a paixão convence, o amor dissuade.
a paixão é o desejo da vaidade, o amor é a vaidade do desejo.
a paixão não pensa, o amor pesa.
a paixão vasculha o que o amor descobre.
a paixão não aceita testemunhas, o amor é testemunha.
a paixão facilita o encontro, o amor dificulta.
a paixão não se prepara, o amor demora para falar.
a paixão começa rápido, o amor não termina.

(...)

brigo com o bom senso. ou sinto calor demais ou sinto frio demais.

uma ânsia de ser feliz maior que a coordenação dos braços. um arroubo de abraçar e de se repartir, de se fazer conhecer, que assusta. 

(...)

esse sou eu: que vai pela esperança da volta.
tua solidão é bonita, menina
não enlouqueça

e assim 2011.

Carry on, carry on
As if nothing really matters

adoro esse carinha.

Você não cabe
Em seu tamanho

36

Você é mais
E pensa demais

E quase ninguém
Sabe entender

O quanto
Você não cabe

Em seu tamanho

Será sempre
Um número maior

E será mais
Mulher

Porque o mundo
Espera de você

Algo que nunca  caberá
Em um numero 36

Everton Behenck

what am I to you?


eu acordei me perguntando o que eu sou para você. acho que isso aconteceu porque eu dormi pensando o quanto queria estar ao teu lado... e logo depois de pensar o que eu sou para você, eu desisti até de refazer essa pergunta na minha cabeça. desisti porque na verdade não interessa. interessa o que você significa pra mim. agora interessa apenas que em pouco tempo você já me fez ver muita coisa de um jeito diferente. interessa o quanto eu desfocava muita coisa para ver do meu jeito. e o quanto isso me fazia sofrer em silêncio. quando a gente finge que as coisas não nos incomodam elas passam a incomodar mais ainda. você para mim significa alegria, sorrisos, carinho e cuidado. você para mim significa que a minha vida não vai mudar em nada depois que você chegou. não vai mesmo. ela vai continuar linda, feliz e maravilhosa. mas agora com a sua companhia. depois que a gente aprende algumas coisas, fica difícil ver aquelas realidades antigas com os mesmos filtros. não dá mais. nem pra chegar perto. nem para ouvir falar. mudar é uma das coisas mais legais que a gente pode fazer por nós mesmos, parece brincadeira mas quando chega a conta do que a gente andou fazendo errado, é difícil de pagar. mas é bom terminar esse ano com tudo fechado, nós desatados, mudanças radicais... e agora você. que é a minha paixão. e o que é isso eu nem vou tentar entender. 

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

o que eu desejo para você.


eu desejo para você mais sol na sua janela. desejo que um dia desses você possa acordar a hora que der vontade. desejo que você sempre tenha a iniciativa de fazer acontecer. eu desejo que você pense numa gincana de felicidade, onde todo mundo que é feliz sempre ganha. desejo que você aprenda a negociar, a entender o pessoal que compartilha momentos da vida com você. desejo que você se apaixone, e quando isso acontecer, não morra de medo como eu agora. eu desejo que você possa passar uns dias na praia, uns dias em casa sem fazer nada, uns dias na rua cheio de coisas para fazer. eu desejo que você pare de perder tempo dizendo que nunca tem tempo. desejo que você aprenda a ter menos preconceito. e desejo que você pare de achar que não tem preconceito. até quem diz que odeia música sertaneja (tipo eu) está sendo preconceituoso. nunca ouviu e fica aí falando mal. desejo que você consiga dançar de pés descalços na sala da sua casa, aproveitando os dias mais longos no horário de verão. desejo que você tenha alguém para te sufocar de abraços enquanto você dorme, porque eu descobri que isso é uma das coisas mais legais do mundo. eu desejo que você consiga ter alguém não apenas para amar, mas para falar um monte de bobagens e rir demais. não, eu não desejo para você a viagem dos seus sonhos, o carro dos seus sonhos, o apartamento dos seus sonhos. eu desejo para você apenas os seus sonhos. daí, se eles forem reais, você vai ter tudo que quiser. eu desejo para você música bem alta, amigos bem legais. desejo que você seja sempre gente fina pra caramba, assista menos novela, conheça mais a sua cidade e viaje mais pelo mundo. eu desejo que você cuide de quem você é, eu desejo que você tente aprender a surfar. eu desejo que você saia correndo por aí sendo alegre e verdadeiro. desejo que você pare de reclamar do trabalho, pare de torcer para que chegue sexta já na segunda. desejo que talvez você tenha mais amigos que eu, mas que eles todos sejam sinceros como os meus. desejo que você aprenda a ficar sozinho de vez em quando, pois a sua própria companhia é sempre a melhor de todas. desejo que você escreva mais, leia mais, veja mais a vida como uma fotografia. cada momento está ali e é fotografado como é. dá pra tirar mais fotos, sim. mas cada uma será sempre e eternamente única. 

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

te liga, colega.

eu às vezes fico surpresa com a capacidade que a gente tem de ficar tentando não enxergar as coisas. tipo, a gente ignora enquanto todo mundo sabe e todo mundo vê uma coisa. e a gente finge que nem tem nada a ver com aquilo. quantos sinais são necessários para uma coisa ficar clara? quantas vezes a vida tem que olhar pra gente e dizer: colega, definitivamente não é por aí! e a gente segue tentando, quebrando cabeça e tal. mas tá, ok, paciência. uma hora a casa cai. os sinais são absurdamente claros. dá pra ver por qualquer ângulo, dá pra sentir em todos os cantinhos da pele. e aí você acorda. feliz da vida. ok, eu posso até ter ficado cega por um tempo aí... mas agora eu tô enxergando como nunca. 

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

music is freaking me out.


you can make it feel so real...

simplesmente eu, clarice lispector


eu adoro ir para são paulo. isso todo mundo sabe. eu gosto de estar lá, sozinha, andando pelas ruas, procurando referências, esperando pelas ideias. gosto de tomar café em lugares diferentes, gosto de entrar nas livrarias e ficar horas viajando. gosto de ver as pessoas. enfim... são paulo é divertida sob alguns aspectos. sempre tem alguém almoçando. independente do horário. sempre tem alguém trabalhando, óbvio. sempre tem algum nextel fazendo barulho, sempre tem algum dedo em alguma tela touchscreen. tem cinema a qualquer hora, tem qualquer tipo de comida que a gente imaginar. tem que tentar atravessar a paulista, que quando a gente chega na metade já abre o sinal de tão grande que ela é. tem starbucks, tem muffin de blueberry. ah, tem. e aí em são paulo eu adoro ir ao teatro. aliás, eu adoro sempre. mas lá é diferente. na sexta passada eu assisti a beth goulart no espetáculo "simplesmente eu", montado com textos maravilhosos (isso é uma redundância) da clarice lispector. indescritível, apaixonante, envolvente. perfeito. nada menos que perfeito. eu estava sozinha numa plateia enorme, mas aposto que sorria mais que qualquer um lá. serenidade para mim é mais que felicidade. e é isso que eu sinto quando estou sozinha, seja em são paulo, seja na minha rotina. serenidade de escolhas, de destino, de verdade. 

e um pouquinho de clarice, porque às vezes a gente se sente bem assim.

"o que eu sinto eu não ajo
o que ajo não penso
o que penso não sinto.
do que sei sou ignorante.
do que sinto não ignoro.
não me entendo
e ajo como se me entendesse."




é necessário ter o caos cá dentro para gerar uma estrela.
- nietzsche -

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

aqui em mim.



eu acho que sei onde você mora. e de maneira alguma você já morou perto de mim. 

para mim, tanto fazia você. 
mas esse quase mexeu com a minha história. 

e agora? 
o nosso quase romance, 
o nosso quase amor, 
o nosso quase beijar sem fim. 

tudo isso está aqui: está em mim. 

mesmo assim.


mesmo que eu fosse diferente
eu seria bem assim: igualzinha a mim.

domingo, 19 de dezembro de 2010

ah.

fora da casinha.
fora do contexto.
fora da real.
fora de nós dois.

fora,
dá o fora daqui.

agora.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

será que foi pra mim?

O vento
É sempre um bom

Conselheiro

Porque nos fala
Do que é invisível

E precisamos tanto disso

O vento
É a língua

Do tempo

E nos ensina
O que é eterno

Em sua lição
De verbo

Infinitivo

O vento é sempre
Um bom amigo

Em sua conversa

De galho
Batendo

Na janela

O vento
É nossa própria

Consciência

Soprando sua presença

obrigado, menina. pelo poema.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

tudo culpa do marketing.

vou falar uma coisa que talvez algumas pessoas não gostem, mas eu acho que grande parte da culpa da derrota do inter no mundial é do departamento de marketing. acho que muitas iniciativas feitas pelo inter antes dessa viagem foram exageradas. tudo bem que eu acredito que todas as empresas devem ter um plano de marketing, e devem pensar não apenas na atividade principal e também na gestão, mas tudo tem limite. e esse exagero com certeza foi parar na cabeça dos jogadores, que, pelo menos até onde eu não dormi, não jogaram muita coisa hoje. mas a questão aqui não é uma análise técnica de futebol, e sim de motivação, de engajamento. quando os jogadores do inter tocavam na bola, a sensação era: posso fazer qualquer coisa, a gente vai ganhar. essa certeza maluca de que a vitória era certa estragou o processo todo. para mim, como gremista, melhor assim. 

repensando a cultura dos jogadores de futebol (e eu até tenho alguma experiência nisso, hehehe), e analisando o tipo de vida que a maioria dessas "estrelas" internacionais leva, a gente pensa: entre alguns picos de sucesso, existem depressões muito grandes. geradas pelo comportamento, pela cultura, pela qualidade de vida, pelos valores. não teria como ser diferente. eu acho que esse pessoalzinho da áfrica que ganhou mereceu a vitória, não apenas pelo jogo, pela quantidade de passes certos, pela escalação ou sei lá o quê. mas para premiar um tipo de trabalho certo. que é esse o que vale. chega das pessoas pensando que podem beber todas na noite e jogar futebol no outro dia achando que são profissionais. chega desse estrelismo alimentado por um monte de gente que acha que ser jogador de futebol é o máximo e não vê a hora de namorar um deles. que faz plantão em estádio pra isso. 

o exagero do inter em fazer ações em função do mundial foi absurdo. festa de lançamento disso, festa de lançamento daquilo. filme, comercial, festa de despedida. que isso? futebol ou eles estão indo fazer intercâmbio e precisam de festa de despedida? esse exagero me passou a impressão de que eles já tinham ganho antes mesmo de irem embora. gente, tem um comercial pronto comemorando a vitória. e eles nem tinham ido viajar quando foi feito. isso pra mim não é organização e planejamento, é estrelismo barato e falta de noção da realidade. total.

colorados que quiserem discordar, fiquem à vontade.


e imagina o briefing para a agência:
- oi, me manda aí uns modelos para um comercial de televisão da vitória do inter no mundial.
- mas senhor, o inter nem viajou ainda.
- não tem problema. o importante é que os modelos sejam bonitos. tá?

qual pergunta.


qual a cor de um vendaval de emoções? 
qual o cheiro de um temporal de sentimentos? 
qual o gosto de um mar de dúvidas? 
qual o valor real dos seus sonhos? 
qual a medida exata da sua verdade? 
qual o jogo certo de viver a sua vida? 
qual o poder de transformação das suas atitudes?
qual a sensação da sua felicidade?
qual o problema em desafiar o mundo?
qual o destino você acha que vive?
qual o desejo mais profundo da sua alma?
qual a vontade mais escondida no seu coração?

fico pensando
qual dessas perguntas todas
eu consigo responder.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

bom dia porque.

é dia 13 de dezembro e você está em porto alegre, de meias e casacão, achando que é o fim dos tempos e vai nevar no natal.

domingo, 12 de dezembro de 2010

revoltada demais.

com certeza eu nunca vivi um momento tão legal na minha vida. ok, isso é ótimo. 

mas tenho andado meio intolerante ultimamente. aliás. meio, não. totalmente, completamente. eu não consigo perceber algumas coisas e ficar quieta (nem que eu fale pra mim mesma). nem que eu desabafe aqui mesmo. o caso de hoje está relacionado a essa droga de palavra que não sei quem inventou e se chama VEGETARIANO. sério. essa palavra arruina minha vida, minhas relações, meu humor. por que não inventaram uma palavra mais simpática, querida e amiga, que não desse a entender que quem não come carne come apenas vegetais? e quem pensa nisso, ainda pensa em vegetais crus, sem sal e sem graça, pelo que eu tenho visto. gente, pra começar: eu quase nunca como salada. combinado? vegetarianos não são aquelas pessoas que só comem saladinha. tá? continuando: quem não come carne, simplesmente n-ã-o c-o-m-e c-a-r-n-e. e deu! pronto! o resto toooooodo a gente come. tá? preciso repetir? a gente come lasanha, massa, pipoca, doces, chocolates, a gente toma leite, a gente come omelete, a gente come batata frita e sorvete. a gente toma nescau!! a gente gosta de sanduíche com pão BRANCO também. a gente adora queijo. sério. leiam isso, eu imploro. suflê, torta de bolachas. claro que a gente, COMO QUALQUER PESSOA QUE BUSCA SER SAUDÁVEL, come frutas, verduras e vegetais. mas porque eles fazem bem para a saúde, e não porque somos vegetarianos e só comemos coisas verdes. e a gente não tem problemas com proteínas, a gente não tem menos sangue, menos cor, menos força de vontade, menos vitalidade. não fiquem perguntando como a gente consegue. eu não pergunto como você consegue fazer tanta coisa que faz. sério. já falei umas dez vezes a palavra "sério" nesse texto, estou contaminada por uma revolta sem tamanho, mas pessoal... parem com esse drama. e eu vivo feliz, consigo caminhar, correr, respirar e sou saudável, mesmo sem comer carne, tá? e só para garantir: carne é animal morto, é bichinho. então peixe e "carne branca" também é carne. beijoenãomeliga.

a dois.

quem se atreve a me dizer
do que é feito o samba
quem se atreve a me dizer

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

laureka.


ô mana. feliz aniver. 

tradução do meu agora.

(...)

esse é só o começo
do fim da nossa vida
deixa chegar o sonho
prepara uma avenida
que a gente vai passar

veja você
quando é que tudo foi desabar
a gente corre pra se esconder
e se amar
se amar até o fim

sem saber que o fim já vai chegar
deixa o moço bater
que eu cansei da nossa fuga
já não vejo motivos
pra um amor de tantas rugas
não ter o seu lugar

abre a janela agora
deixa que o sol te veja
é só lembrar que o amor é tão maior
que estamos sós no céu
abre as cortinas pra mim
que eu não me escondo de ninguém
o amor já desvendou nosso lugar
e agora está de bem

(conversa de botas batidas - marcelo camelo)

entre vir e fugir.


eu te quero. você foge. eu finjo que não te quero. você volta e finge que acredita que não somos um para o outro. eu te esqueço. fingindo que esqueci. daí a gente volta a se encontrar. como se o tempo tivesse parado na última vez em que estivemos juntos. saímos de casa achando que não vamos mais voltar. mas a gente quase se pertence. passa um mês que eu nem sei de você. e voltamos para nós como se nada tivesse acontecido, e o tempo fosse nosso. eu te quero, quero mesmo. minha serenidade mora no fato de que eu agora assumi o quanto te quero. nem eu mesma acreditava. provavelmente você não vai ler essas palavras, mas não tem problema. era para mim mesma que eu precisava falar. e quase custando o que custar, é por você que eu vou esperar.

e ponto.

às vezes a gente descobre
que o que a gente precisa
não é, nem de longe
o que a gente (acha que) quer.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

voltando ao amigo secreto.

ok, me rendo. precisamos voltar ao assunto amigo secreto. preciso voltar atrás, me corrigir e coisa e tal. sem problemas. mas eu errei feio quando disse que não gostava de amigo secreto. me explico: hoje eu percebi que, na verdade, o amigo secreto nada mais é que uma tradução das características que as pessoas têm. o que você é se revela na maneira como você trata as pessoas, como você vive a sua vida, como você cuida das unhas das mãos e dos pés (caso seja mulher) na teoria de um amigo meu. 

e a brincadeira do amigo secreto revela muito mais que nomes ocultos até o momento da entrega dos presentes. revela o quanto você se preocupa com os outros. revela o quanto você pensa com antecedência no compromisso que assumiu de trocar um presente. revela o quanto do seu carinho está ali, o quanto da sua dedicação, das suas palavras e até do seu querido dinheiro. o quanto você está disposto a dar, a escrever, a procurar, a pensar em quem você tirou e ir atrás do presente ideal. 

tem gente que não consegue pensar nesse tipo de carinho, cuidado, respeito e amor na vida real, no dia a dia. gente que nunca tem tempo, que tá sempre correndo, que tá sempre nunca podendo. tem gente que não consegue dizer "não vou aceitar o teu convite porque assumi outro compromisso", e prefere dizer "que correria". eu já disse isso uma vez, quando alguém diz (e às vezes eu também digo, e começo a rir sozinha) essa expressão "que correria" eu fico imaginando um monte de gente correndo doida pela rua sem rumo e sem cabimento. totalmente sem cabimento.

bom, então para fechar esse capítulo do amigo secreto: eu recebi um kit de presentes da amiga secreta mais querida que eu poderia imaginar, a virgínia, ela pensou em absolutamente tudo que eu mais amo... ela pensou em mim. com carinho, com cuidado. lembrou da minha loucura por canecas. me ouviu falando de uma coleção de livros de design, me viu comentando o quanto eu tinha adorado esse perfume da natura com o mesmo cheirinho daquele creme para as mãos que todo mundo adora (até meu professor de pesquisa. e não me perguntem como eu tomei conhecimento dessa informação). não é perder tempo, não é exagero, não é. é cuidar das relações, é investir no que faz bem.

meus presentes!!

então vamos lá: nesse final de ano, revele-se o amigo secreto mais legal desse mundo. escreva uma frase de amor, pinte um cartão, invente uma novidade e faça diferença na vida de quem você tirou. daí, como eu, essa pessoa sempre vai lembrar desse dia tão feliz de sorrir e ser amado.

essa solidão.


essa solidão é colocar um espelho bem na minha cara. um espelho pronto para quebrar caso eu faça cara feia pra mim mesma.

essa solidão é um mistério que eu não quero resolver, nem decidir. quero apenas que fique como está. não questionarei os fatos.

essa solidão é estranha, porque é uma teia de pessoas, ideias, momentos. tomam conta de mim e ao mesmo tempo me deixam ir e vir com a liberdade de quem tem asas. e eu voarei sozinha.

essa solidão é companheira para andar de pés descalços, é serenidade eterna, é desatar os nós que ficaram pelo caminho.

essa solidão é ver as mesmas coisas com outros olhos, viver a mesma vida de um outro jeito, traçar o mesmo caminho com passos seguros e felizes.

essa solidão não é solidão. é onde eu me encontro. eu sozinha comigo mesma. é onde estou descobrindo que vivo, e que vivo mais feliz que nunca. 

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

a internet complicando a minha vida.

ele diz, com tom de saudade no ar:
- hoje senti teu cheiro em algum lugar, não sei de onde...

ela responde, toda desconfiada:
- meu perfume?

ele insiste:
- é, teu cheiro...

ela, toda desconfiada mesmo:
- mas eu mudei de cheiro.

e ele:
- é? preciso me atualizar!

e per(segue)
- onde eu baixo teu cheiro novo?
aposto que já é um sucesso.

ela sorri.
e pensa:
maldita internet,
anda acabando com os meus relacionamentos.

definitivamente.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

sábado, 4 de dezembro de 2010

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

my first canon day.

as flores

de plástico

não morrem.

Ouvir primeiro, vender depois.

depois do alívio imediota.

o vídeo do alívio imediota, feito pelo mallet, me fez pensar muito durante esses últimos dias. e é por isso (e por todo trabalho que estou desenvolvendo, que me faz dormir às 3h30 da manhã e acordar às 8h no mesmo dia) que eu não consegui escrever nada ainda. 

mas vamos lá, vou tentar me expressar.

eu andei observando algumas pessoas que passam pela minha vida durante as tarefas da rotina, do trabalho, da faculdade, das amizades, enfim. quem elas são, quem elas acham que são. o que elas falam, o que elas comentam. o que elas reclamam e detestam. e eu não consigo deixar de perceber quanta gente fala mal de tanta coisa o tempo todo. sério, chega a ser triste. 

poucas coisas, na minha opinião, são totalmente ruins ou totalmente boas. aliás, nada é totalmente ruim ou totalmente bom. agora pensei que chocolate fosse totalmente bom, mas não. nem um pneu furado quando você tá de salto alto e vestido de festa pode ser totalmente ruim. sei lá. vai que esse tempo esperando (alguém trocar o pneu, óbvio, porque eu nunca trocaria sozinha) faz com que você fuja de um acidente, engarrafamento ou de uma festa furada mesmo. 

o que acontece na mente das pessoas é que elas não tem coragem suficiente para olharem para si e mudarem sozinhas as próprias vidas, e então passam a colocar no mundo todo a responsabilidade que é delas. é sempre assim. comigo é assim, com você é assim. com o porteiro do prédio, com o seu dentista. com o seu ex namorado, com o seu futuro namorado. sempre é. o vídeo do mallet mostra uma realidade que a gente já sabe: sempre tem alguém tentando vender uma solução mágica para problemas impossíveis. mas (e eu não canso de repetir) é tudo uma questão de marketing. pessoal, se tem gente vendendo, é porque tem gente comprando. e a gente sempre compra. não são os outros que nos enganam, a gente se deixa enganar. a gente acredita que a dieta realmente funciona, que o empréstimo tem juros baixos e até pode fazer planos para todo dinheiro que ganhar na mega sena (mesmo sem nunca ter jogado).

se você criar uma religião agora, bem agora, e ela fizer com que você consiga alinhar a sua vida, trabalhar com determinação, manter boas relações com as pessoas que estão ao seu redor e consiga ser uma pessoa mais feliz e mais serena, eu assino embaixo e digo: que linda a sua religião. por que eu vou te atacar e dizer que a sua religião não tem base? fundamento? teoria, filosofia, sei lá. simplesmente por falar mal? mas a religião funciona, dá pra ver em você, na sua pele mais bonita, nos seus dias mais alegres, no seu saldo bancário e nas férias na disney com os filhos. funciona. 

então a moral da história é a seguinte: tem gente que anda falando mal de tudo o tempo todo, e gente que anda procurando em cápsula de multivitamínico a solução para toda a alimentação errada que consome durante um dia. e isso, gente, não funciona. o que funciona é fazer o jogo certo, limpo, escolhas felizes e com muita disciplina para chegar onde se quer. e agora me dei conta do mais triste nisso tudo: as pessoas imediotas talvez nem saibam o que querem.

(inspiração total no meu querido amigo ricardo mallet)

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O alívio imediota

Eu não gosto de dar ordem para ninguém. Mas como esse blog é meu, eu tô mandando todo mundo que entrar aqui ver esse vídeo. E tenho dito. 

a revolta do marketing, parte 1.

quando o foco do seu esforço de marketing, que como o nome diz, é marketing (e não vendas), você cria um relacionamento com o cliente que vai além do imediatismo. quando ele precisar do que você oferece, ele vai lembrar de você. mesmo que não seja hoje, nem domingo que vem. quando ele precisar, o seu esforço vai ser reconhecido. e é essa a ideia, a beleza e o desafio de trabalhar com marketing. e não me venha com departamento de marketing e vendas. oh, céus. 

ao som de chico buarque, me revoltei.


tem muita gente que me inspira a escrever. mas algumas pessoas me inspiram a escrever coisas revoltantes. sério, eu sei que é meio do mal isso. mas tem gente eu olho e nem falo. porque não tem o que falar. não dá. é impraticável, impensável. eu ia perder muito tempo na vida tentando decifrar algumas atitudes das pessoas, que é melhor nem começar. por isso agora é tchau. goodbye, me voy. hasta la vista. cai fora do meu quadrado. não quero papo, nem as horas. egoísmo? hm, pode ser. mas prefiro ser uma egoísta realizada que uma altruísta frustrada.