quinta-feira, 30 de junho de 2011

o segundo silêncio.


é engraçado quando a gente acha que conseguiu todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas. mas é mais engraçado, e talvez nem seja essa a palavra certa, quando vem a vida e pede, com a sutileza de uma borboleta que parou na faixa de pedestres, bem embaixo do sol, para a gente simplesmente silenciar. contemplar que ela está ali, essa magia das coisas que vão acontecendo e acontecendo. é tipo um cala a boca e aproveita, para de pensar, de resmungar e de ficar questionando tudo. é um vive o que está bom, é um chega pra lá mesmo em gente que não se abre pra viver. é nisso que eu acredito, de verdade: serenidade acima da felicidade. e viver o que aparece de lindo em volta das nossas mãos, que agora até tatuagem de coração têm. 

quarta-feira, 29 de junho de 2011

segunda-feira, 27 de junho de 2011

como o dia de hoje.


E aí a gente descobre o amor. Tão intenso que se sabe amar sozinho. Tão etéreo que chega a ter fim em si. E aí a gente fecha a porta e manda ele embora. Sai de perto, amor. Chega pra lá. A gente cansou de viver em ti. Cansou não porque chega, mas cansou porque não sabe mais o que fazer contigo. Não sabe para onde ir, não sabe quais estradas serão mais claras. Parece que agora vive com a luz do quarto queimada. E que sempre tem que entrar pisando devagar no chão, para não acordar a alma. Sim, porque amar demais acorda a alma. E dói entender tudo. Machuca quando a gente consegue enxergar as coisas. O vento muitas vezes é gelado no rosto. São alguns recados no bloquinho da mesa de cabeceira, são alguns olhares no meio dos cabelos dela. Daria para sair na rua pulando com um pé de cada meia. Daria até para escolher o café da manhã. Todos os dias. Mas não. Agora a gente manda o amor embora. Sai pra lá, eu já disse. Tão rico de virtudes, tão amável, literalmente. Tão certo e tão desastrado, amor. Fala sério. Você que é sempre lindo, maravilhoso e sabe de tudo, agora vai ter que aprender a viver dividido. Metade nele. Metade em mim. Se vira. 

sábado, 25 de junho de 2011

com quais olhos você vê?


Uma vez eu tinha escrito aqui sobre quais filtros a gente usa para decidir sobre as coisas dessa vida linda. E agora, diretamente daqui de Montevideo, depois de sonhar com alguém me falando dos olhos que a gente vê a vida, e depois ainda de enxergar essa frase numa parede eu entendi algumas coisas. 

A primeira delas é que, não importa quem fale, quem anuncie, quem adverta: tem coisas que a gente simplesmente não vê. Meu, não adianta correria, gritaria. Nada. Se a gente não vê, não vê. Precisa de tempo, precisa de esforço, precisa de trégua, precisa de distância, precisa de mudança. E é essa a segunda coisa que eu entendi. Para a gente metabolizar algumas coisas, sempre precisa de algum estímulo externo que valha a pena. E isso não significa cair um meteorito na cabeça. Significa que a vida sempre dá aqueles benditos sinais, sabe. Vai sempre mostrando onde dá ou não para fazer conexões, onde as escolhas vão ser legais pra caramba ou não.

E para entender o que vem de fora a gente tem que abrir os olhos. Mas não apenas isso: tem que entender com quais olhos a gente está vendo. Com um par de olhinhos emprestados de alguém? Com olhos meio cegos? Com óculos coloridos e divertidos? Com olhares desesperados? Mais que tentar enxergar, a gente tem que pensar sobre como vê as coisas. 

Então é mais ou menos por aí, diretamente do chão de madeira gelado pra caramba de um hostel fantástico no meio de uma cidade indescritível que fez eu me apaixonar por olhares, eu poderia dizer isso: vou esfregar meus olhos para ver bem direitinho o que acontece fora, e daí tentar entender o que essa maravilha de vida está me dizendo. 

E quando não der certo... Melhor deixar assim. Porque si no la ves, no la ves. E ponto.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

montevideo, me voy.


mochila + viagem
em vez de comer, rezar, amar
sonhar, viajar, mudar.

domingo, 19 de junho de 2011

stay positive.


E quando você achar que chegou no ponto mais alto, na montanha mais difícil de escalar, no momento mais alegre de viver, volte. Caminhe devagar até o ponto de partida. Repense como chegou até ali. Reconheça seus pontos fortes, sim. Mas volte mentalmente ao lugar onde tudo começou. E caminhe tudo de novo, ainda nos seus pensamentos. Quando a gente chega num lugar alto, tem que cuidar muito bem do que faz lá em cima. Senão, começa a se mexer demais e acaba caindo. Então, quando você chegar, sente e respire lá de cima. Com calma. Sem deixar de olhar com determinação para o caminho que fará depois disso, olhe com todo carinho o que lhe trouxe até ali. Aí, sim, você vai a qualquer lugar que quiser. 

segunda-feira, 13 de junho de 2011

nada que um bom filme argentino não resolva.




El hombre de al lado, Argentina, 2009


Tava tudo nublado por aqui, e eu resolvi ir ao cinema. A ideia foi ótima. Saí de lá uns dez quilos mais leve, o que é bem relevante para uma pessoa que não pesa nem cinquenta. Sentei em cima de três almofadas no cinema do Instituto NT, praticamente um sonho, porque elas são poucas e quando tem mais gente na sessão mal dá para pegar uma. A moça super querida do café fez um chocolate quente que a gente podia tomar dentro da sala, onde 24 graus nos faziam companhia. Incrível, quando do lado de fora a gente não tem nem uma dúzia deles. O filme é parado. E justamente por isso é ótimo. Eu costumo gostar dos filmes da vida, do que a gente sente. Sabe. Ok, concordo que muitos filmes tipo Matrix, Avatar, Senhor dos Aneis e cia são importantes, não sei para quê, mas enfim. Eu prefiro esses de ficar pensando na vida e assistindo. Sabe? Sabe.


Desde que a gente tinha ido ver Lluvia na outra semana fiquei super apaixonada por filmes argentinos de novo, e meio braba comigo mesma por estar afastada daquelas sessões que eu promovia para mim mesma, depois de passar na locadora, ficar meia hora conversando com o carinha e levar uns sete filmes pra casa.

Descobri que esse filme ganhou o Festival Sundance como melhor fotografia, e foi justamente o que mais me chamou a atenção. E eu não sei se é impressão minha, ou uma leitura muito doida, mas esse buraco na parede, em torno do qual o filme acontece, é uma metáfora super interessante da vida do protagonista. Como sempre, eu não critico os filmes, apenas escrevo alguns olhares entre os ruídos. Então melhor você assistir e filtrar como for.

Eu fico por aqui, entre uns graus a menos fora, uns graus a mais dentro. Um chocolate quente que valeu como um abraço, e a lembrança de mim mesma amando quem está longe bem no meio de uma briga inventada pra desafogar a alma. E talvez fugindo para o cinema para colocar um pouco mais de arte nessa vida linda. 

de presente.


existem fotos que, se embrulhadas, poderiam virar presentes.

domingo, 12 de junho de 2011

um monte de coisa e


segredo vem de sagrado.
e a saudade fui eu que coloquei no meio de tudo.

terça-feira, 7 de junho de 2011

segunda-feira, 6 de junho de 2011

de amar, clichês.


"Quando se tem que explicar o inexplicável,
sempre se fica um pouco piegas."
Caio F. Abreu

domingo, 5 de junho de 2011

Um monte de mim em SP.

(festa na garagem)

Tem gente que me acha doida. É, tem bastante gente que me acha doida. Mas tudo bem, eu também acho. A questão agora não é essa. O que me faz escrever nesse domingo de frio e Marcelo Camelo talvez seja um devaneio de ansiedade que se apresenta no meu queridíssimo cérebro nesse instante. 

Explico. Ou melhor, tento: primeiro, vem o fato de que eu adoro São Paulo. Na verdade, eu odeio e adoro. Mas eu mais adoro. Tentei achar aqui no blog uma crônica de uma das viagens para lá, onde estava a teoria de que em qualquer horário do dia sempre tem um paulista almoçando (mesmo de madrugada), mas não achei. Era bem divertida, mas enfim. É que faz tempo, sabe, é amor antigo. Estamos juntos, eu e SP, desde 2008, quando eu loucamente decidi pedir demissão da Agência de Eventos em que eu trabalhava e acabei indo para a Semana de Design de SP. 

É curioso o fato de eu ter escrito tanta coisa aqui, há tanto tempo, e existirem poucos fragmentos de mim como pessoa. Vocês leem as histórias, as cenas, os ruídos que eu percebo, as frases que me fazem chorar, tudo. Mas de mim, na prática, pouco se sabe aqui. Vocês sabem que eu moveria o eixo do mundo por um novo livro do Carpinejar, mas talvez não saibam onde eu trabalho. 

E agora?

A própria definição de "quem sou eu" do blog eu fiz há pouco. É que eu acredito mais em quem a gente está indo ser, do que em quem a gente é. Talvez seja isso. Bom, fechando o capítulo pseudo-filosófico de ser, tentar ser, chegar mais cedo e ir embora depois, a realidade é que agora eu preciso me achar, pelo menos aqui. E esse final de semana em SP serviu muito para isso.

Explico, novamente: estivemos, eu e essa mocinha da foto aí de cima (minha sócia, a Fernanda), no Social Media Brasil 2011, um evento voltado para debates/palestras sobre Mídias Sociais, Marketing Digital e etc. Não vou abordar aqui o assunto, para isso temos outro lugar, mas esse foi o fato que causou a revolução mental de mim mesma nesse domingo. Tá, talvez os 10ºC em Porto Alegre quando eu cheguei que tenham ajudado a bagunçar meus neurônios também. Mas mudanças assustam, né. Já diziam nossos professores de Recursos Humanos e Endomarketing na Faculdade. "As pessoas têm resistência à mudança". E a gente acha que isso só acontece lá no chão de fábrica de uma indústria, e que aqui, nesse mundinho moderno em que a gente é jovem as coisas não são assim.

Mas são. Tanto. 

São bem assim. E eu arrisco dizer que é pior, porque a gente não enxerga direito. A gente se atravessa nas próprias decisões, fica com medo do outro lado da rua, de trocar férias por incertezas e de ter que ir muito à luta, inclusive nos finais de semana. 

Eu conversei com um amigo muito muito muito especial no telefone hoje, e me peguei falando uma coisa que, depois de desligar, serviu de lição pra mim mesma: EU ACREDITO. É isso. É o que faz a gente deixar o conforto para mais tarde, é o que faz a gente pegar mais resfriados por um ideal, é o que faz a gente esquecer como é a própria sala de casa de tanto que passa os dias na rua.

As coisas em que a gente acredita. Eu devo ter uma lista delas.

E hoje, a mais importante, é a Altos Eventos. A empresa que eu e essa baixinha aí da foto criamos enquanto tomávamos um café. Tá, não foi tão simples assim... Mas teve essa leveza. Teve os tempos certos, teve paciência, teve medo, teve tanta mistura de sentimento que dava pra fazer salada de frutas. 

E a partir de agora, a gente passa a funcionar dentro da Nós Coworking, com dedicação super exclusiva a esse projeto, que é, de longe, a coisa em que eu mais acreditei em toda a minha vida. A sorte é que eu tenho apenas um metro e sessenta. Ou seja: ainda dá pra crescer muito. 

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Observações vitais:

- o texto está confuso, eu sei. mas resolvi deixar assim.
- se você quiser conhecer a Altos Eventos: www.altoseventos.com.br
- essa aí da foto é a Fernanda Meixedo, uma das pessoas mais maravilhosas que eu já conheci. e, não por acaso, minha sócia.

- a gente está organizando em porto alegre, entre outros eventos, o www.circuito4x1.com.br

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Se eu pudesse definir o que significa a palavra "fé", diria: é essa sensação de acreditar com a alma nas coisas que fazem a vida da gente vibrar em todos os cantos.