segunda-feira, 27 de junho de 2011

como o dia de hoje.


E aí a gente descobre o amor. Tão intenso que se sabe amar sozinho. Tão etéreo que chega a ter fim em si. E aí a gente fecha a porta e manda ele embora. Sai de perto, amor. Chega pra lá. A gente cansou de viver em ti. Cansou não porque chega, mas cansou porque não sabe mais o que fazer contigo. Não sabe para onde ir, não sabe quais estradas serão mais claras. Parece que agora vive com a luz do quarto queimada. E que sempre tem que entrar pisando devagar no chão, para não acordar a alma. Sim, porque amar demais acorda a alma. E dói entender tudo. Machuca quando a gente consegue enxergar as coisas. O vento muitas vezes é gelado no rosto. São alguns recados no bloquinho da mesa de cabeceira, são alguns olhares no meio dos cabelos dela. Daria para sair na rua pulando com um pé de cada meia. Daria até para escolher o café da manhã. Todos os dias. Mas não. Agora a gente manda o amor embora. Sai pra lá, eu já disse. Tão rico de virtudes, tão amável, literalmente. Tão certo e tão desastrado, amor. Fala sério. Você que é sempre lindo, maravilhoso e sabe de tudo, agora vai ter que aprender a viver dividido. Metade nele. Metade em mim. Se vira. 

5 comentários:

  1. Mari, Mari
    Palavras sempre tão cheias de coração. Já sei te ler até sem a tua assinatura :)

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  2. Que lindo, Mari! Verdadeiro e dolorido.
    AMEI!
    Eliane

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  3. Oi Mari... a gente faz isso com o amor, né?! É tão grande e pleno pro ser humano tão fino e complexo... amedronta e faz doer. Nosso maior medo é o da felicidade!

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