quarta-feira, 23 de junho de 2010

sarau elétrico e um pouco de egoísmo.

eu sempre gostei de ler. leituras obrigatórias do vestibular da UFRGS, poesia, receita de bolo, receita de remédio. não era bem ler absolutamente tudo que caísse em minhas mãos, e sim tudo que eu resolvesse pegar para ler. o tempo e o vento, o cortiço, memórias póstumas de brás cubas. ou alguns livros de férias, tipo para rir naquele momento e deu. bridget jones, algo assim. mas sempre fui de me apaixonar por alguns escritores. e viro fã incondicional (entre parênteses: quando eu tinha uns 15 anos, ia aos domingos ver o luis fernando verissimo tocar com o jazz 6, levava meus livros para ele autografar e ficava esperando ele falar alguma coisa para mim... detalhe: ele quase não fala, mas o legal era esperar mesmo), daquelas que pode até brigar com a família e sair de casa se alguém falar mal de algum dos meus ídolos. exageros à parte, faz mais ou menos um ano que me apaixonei pelo fabrício carpinejar. por tudo. quando a gente gosta de um autor tem que gostar por inteiro. daquele primeiro livro lançado, que quase ninguém leu. das poesias nem tão inspiradoras quanto as crônicas. mas tem que aprender a conhecer, pelo menos. e o carpinejar está sendo uma grande descoberta nesse sentido. o que ele escreve às vezes parece banal, lugar-comum. mas se desdobra em várias viagens para dentro, vários pensamentos.

e ontem fui ao sarau elétrico no ocidente, onde ele era convidado especial. katia suman, claudio moreno, claudia tajes (outra que eu simplesmente AMO) e fabrício carpinejar. que quarteto. falando sobre relacionamentos, ciúmes, traições. deu para rir a noite toda. daí eu saí de lá com uma sensação legal, que no fundo eu sempre soube... por que às vezes a gente deixa de fazer as coisas que mais gosta? e então tá decidido: a partir de agora só faço o que eu quero, com quem eu quero, na hora que eu quero. nada de beirar o egoísmo agindo assim, mas às vezes altruísmo exagerado é que vira loucura.

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