terça-feira, 11 de outubro de 2011

(ao som de) a volta do malandro.


Deve existir alguma ligação metafísica entre as faxinas emocionais e as faxinas nas gavetas mais escondidas dos nossos armários. Não tem como fugir. Não tente dormir, escapar. Sair correndo, ir ao cinema, fingir um sequestro. Tem que abrir tudo, olhar tudo, colocar fora (mesmo!) um monte de coisa que perdeu o significado. Música, choradeira, lembranças. Sim, tudo isso rola. Mas faz parte.

Se a gente tem que esvaziar a cabeça de pensamentos, o coração de alguns sentimentos, tem que esvaziar as caixas, armários, envelopes e diários também. É, vai doer, mas é bom. Joga fora, recicla, doa. Mas desmancha. Se a gente não limpa tudo que tem para limpar, não consegue clareza para nada. O negócio é dinâmico, é rápido, tem que funcionar. Ficar choramingando as coisas nunca resolveu nada. Muito pelo contrário, só tornou as pessoas mais melancólicas, mais enroladas e menos felizes. 

A organização de tudo que está em volta de nós reflete, bate, volta, vem e vai. E ajuda a nos organizar. Tirar de perto o que tem uma energia estática do passado é a melhor forma de preparar a casa para uma nova energia. Bem dinâmica, cheia de amor, presente e, quem sabe, futuro. 

A física que me perdoe, mas estou usando as palavras estática e dinâmica bem no sentido literal, tá. 

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