quarta-feira, 31 de agosto de 2011

uma carta que eu encontrei.


"Mari,

Desde pequena, meus olhos brilham forte pelo mundo, e pelas pessoas que o ocupam. É nesse fino arranjo da vida, que discorremos só um pouquinho hoje, que percebemos o quanto é sutil e precioso viver momentos nossos, na hora e lugares certos.

Só nós podemos sentir, vivenciar, interpretar e entender. Só nós podemos criar a realidade, pois ela depende da nossa visão para acontecer, da nossa mente para entender, e do coração, para lembrar.

Acho que por isto sou o que sou: amo as pessoas, porque é delas que vêm a arte, o sentimento, a vida. Adorei você. Obrigada por tudo,

Lu."

***

Sim, no dia 2 de fevereiro deste ano eu acordei no hostel onde eu estava hospedada e ganhei um bolinho e este bilhete. Sim, eu sou muito especial. Porque eu acredito que só pessoas realmente especiais têm a chance na vida de conhecer gente assim: incrível só de ver. 

***

Arrumando papeis, bilhetes (e a vida!) encontrei esta cartinha. Dei um beijo nela de boa noite e fui sorrindo sonhar com tudo de lindo que ainda vou viver. 

sabedoria da transformação.


nataraja, nataraja... 

terça-feira, 30 de agosto de 2011

roubei da fê lolatto.


Ficar com alguém sem ter uma relação profunda de cumplicidade
é a coisa mais solitária que existe.
(Inês Pedrosa, escritora portuguesa, here)

batalha de coisas bonitas.


Comecei uma conversa com uma pessoa muito querida por mim, quase às duas da manhã, sobre um assunto que eu amo muito: coisas bonitas. Qualquer coisa bonita. Vai dizer, não é legal presenciar que existe vida inteligente nesse mundo, tipo pessoas que fazem coisas bonitas? Sapatos bonitos, mesas bonitas, helicópteros bonitos, meias bonitas. Talheres, quadros, pistas de skate, relógios e armários. Todos lindos, sensuais e cheios de alinhamento, cor, beleza, textura. Eu adoro. Capas de livros, lençóis e almofadas, trailers de filmes, jardins e bolas de futebol. Sorrindo, com ótimos acabamentos e estética pura. Dá para fazer tudo ficar mais bonito, e assim a gente cria um modelo mental de coisas bacanas. Dá para a mesa de trabalho ficar mais bonita, o quarto, o banheiro, a geladeira, a carteira e o caderno de pauta. Os relacionamentos, o desktop dos computadores, a sua comida, o seu telefone.

E você deve estar se perguntando, por que isso tudo? Porque o conceito de beleza, aqui, vai além de estereótipos da camisa da moda, da calça que todo mundo tem ou do boné importado. O conceito de beleza aqui é de autenticidade. É de colocar o que você tem de belo em cada coisinha. Sim, exageradamente cada coisinha. Cada mensagem, cada almoço, cada bilhete com uma lista de compras do supermercado.

E assim, o que é lindo dentro de você vai se mostrando. E vai ficando leve. E o universo recebe a informação de que você é isso tudo aí. E ele devolve, em série, toda essa beleza para você. 

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

não dá pra dormir com um barulho desses. mas pelo menos a insônia é feliz.





não me fale sobre o seu tempo.


Qual o tempo de uma música? Qual o tempo de uma estação? Qual o tempo de uma flor, de uma janela fechada, de um dia cinza, de um acidente na escada? Qual o tempo de subir quando seu filho chama, qual o tempo de olhar para baixo, qual o tempo de procurar por Deus? E o tempo do filme mais triste, da canção que não sai da cabeça? Dos dias escondidos nas cobertas, das tristezas que não cabem debaixo do tapete? Qual o tempo de um sorriso, de um sanduíche no forno, de uma surpresa no domingo? Qual o tempo de uma viagem que nos espera, de uma semana que nunca se sabe como vai ser, de uma solidão que se fortalece na calma? Qual o tempo de uma separação, de sacudir os travesseiros, de fechar a porta da casa? Qual o tempo de uma coisa que não tem tempo, porque ela vai se formatando conforme o caminho em que passa? Qual o tempo da sua vida, das suas decisões e escolhas? Qual o tempo do seu amor, dos seus planos, da sua entrega, das suas madrugadas? Qual o tempo do seu bem querer, bem estar, bem sorrir e bem amar? Qual o tempo de soltar os cabelos, de enrolar os pés, de entender sem precisar falar?

Não me diga qual seu tempo.
Se você estiver vivendo verdadeiramente nele, de nada servem as palavras.
O tempo reina sozinho, transparente como essência de amar o que é seu. 
E de mais ninguém. 

você está vendo bem?


eu trocaria a eternidade por esta noite.

quando o amor é passagem.


Não, o amor não é felicidade. 
Não, o amor não é história, cinema, alegria, nem saudade.

O amor é passagem. 
Amor é passagem de ida e volta, sem fim, para um destino lá dentro.
Dentro, onde os olhos fecham.
Dentro, onde você vai e fica.

O amor é bilhete de trem encontrado sem querer no banco da estação.
O amor é dar o troco em sorrisos.

O amor não é felicidade, porque felicidade é um estado de serenidade em que a gente tem que procurar viver.
O amor não é história, porque é passagem.

É passagem porque a gente viaja para dentro.
Volta, transborda de energia e entrega, no abraço, o que pode.

A gente entrega o que pode.
A gente nunca consegue entregar o que não tem.
Então para ter mais, a gente precisa de ainda mais amor.
Para viajar com uma mala maior, ir fundo, buscar com força, e trazer mais.

Amor é uma passagem.
De ida.
E de volta, para perto.
Sempre. 

boa noite.


sábado, 27 de agosto de 2011

música salva a sua alma, eu juro.


uma vez eu tive uma ilusão
e não soube o que fazer
não soube o que fazer
com ela
não soube o que fazer
e ela se foi
porque eu a deixei
não sei
eu só sei que ela se foi

(ilusion - julieta venegas e marisa monte)

sábado clássico.


jantar Häagen-Dazs, alguns sambas, pensar na vida e estudar o budismo. 

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Shiva Nataraja



Na tradição hindu, Shiva é o destruidor, que destrói para construir algo novo, motivo pelo qual muitos o chamam de "renovador" ou "transformador". As primeiras representações surgiram no período Neolítico (em torno de 4.000 a.C.) na forma de Pashupati, o "Senhor dos Animais". A criação do yôga, prática que produz transformação física, mental e emocional, portanto, intimamente ligada à transformação, é atribuída a ele.

Shiva é o deus supremo (Mahadeva), o meditante (Shankara) e o benevolente, onde reside toda a alegria (Shambo ou Shambhu).

O tridente que aparece nas ilustrações de Shiva é o trishula. É com essa arma que ele destrói a ignorância nos seres humanos. Suas três pontas representam as três qualidades dos fenômenos: tamas (a inércia), rajas (o movimento) e sattva (o equilíbrio).

O tambor em forma de ampulheta representa o som da criação do universo. No hinduísmo, o universo brota da sílaba /ôm/. É interessante comparar essa afirmação com a conhecido prólogo do Evangelho de São João: "No princípio era o Verbo (a sílaba, o som). E o Verbo era Deus. (...) Tudo foi feito por Ele (o Verbo) e sem Ele nada se fez."

É com o som do damaru que Shiva marca o ritmo do universo e o compasso de sua dança. Às vezes, ele deixa de tocar por um instante, para ajustar o som do tambor ou para achar um ritmo melhor e, então, todo o universo se desfaz e só reaparece quando a música recomeça.

(wikipedia rocks the world)

fotografia de dentro.


se eu sentir vontade de sair por aí emprestando meus livros,
com certeza terei deixado de ser eu mesma. 
e quando eu não for mais a minha essência,
não é preciso continuar por aqui. 

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

o sol ultrapassa a persiana.


Se você não é livre dentro de si, não se aproxime de mim. Se você se enrola nas coisas, na vida, nas decisões, se você faz tudo pesar mais do que deveria e nunca sabe se tomou a decisão certa, fique longe. Eu sou movida pelo sol, pela energia de transformar. Se você está sempre pensando e não deixa a intuição guiar seus passos, dê uma volta e nos encontramos na próxima vida. Se você não consegue decidir, agir, ir em frente e ser feliz pra caramba em todos os poros, beijos e boa sorte. Se você acha que insistir no que dá errado vai salvar a sua vida, eu lamento. Lamento, ligo o som, danço pela casa e vou ser feliz. Porque a simplicidade é que cria laços. E se você pegar todos os laços e ficar mexendo sem saber o que está fazendo, você cria nós por todas as partes. E, de verdade, eu cansei de desatar os nós dos outros. 

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

intensidade.


Como se fosse possível matar o tempo sem ferir a eternidade. 
Thoreau.

quem mata o tempo é suicida.


Você pode me pedir carona, eu arrumo um carro só para ir te buscar. Você pode me pedir pra fazer um bolo, coisa que eu não sei fazer, eu aprendo e faço. Você pode me pedir para encontrar uma resposta para um dilema, pode me pedir para segurar a porta do elevador, pode me pedir para eu colocar uma cadeira na porta para ela não bater. Você pode me perguntar que horas são. Também pode me pedir para eu te dar uma das canecas mais queridas da minha coleção (tirando as que foram presente da minha irmã, tudo bem), pode me pedir um livro emprestado. Eu não empresto, mas você pode me pedir e eu vou adorar você mesmo assim. Você pode me perguntar coisas que eu não sei e eu vou ficar super feliz em aprender, você pode passar o ponto do café e eu vou sorrir dizendo que tudo bem. Você pode me dizer que a minha roupa não combina, que era melhor ter vindo de tênis, que vai demorar, que vai atrasar. Tudo bem.

Você pode me pedir essas coisas, e tantas outras coisas malucas que você imaginar. Só não me peça para ficar sentada esperando o tempo passar. 

Porque eu definitivamente não irei esperar. 

posse da consciência.


Ontem fiquei trabalhando até às 3h da manhã. Eram 3:04 para ser mais precisa. E fui dormir achando que teria uma noite complicada. Ontem eu cansei de ir dormir triste e tomei a decisão de não deixar isso acontecer mais. Mas aí a minha noite se resumiria em mais ou menos 4h de sono. (Será que não dormir triste significa praticamente não dormir?) Ok, passado esse dilema, fui dormir. E dormi leve. Bem. E acordei melhor ainda. Pensei naquela história de tomar uma decisão certa para que todas as outras coisas da vida se encaixem. E que, como disse Gandhi, "a vida é um todo indivisível" e a gente não pode fazer certo numa área dela se está complicando tudo em outra. Até aqui nada de novo. A novidade é que eu cheguei a uma conclusão bacana nessa história toda: Não é o tempo que nos resolve dentro. É a consciência. 

É quando a gente realmente toma consciência do que tem feito, do que anda repetindo como comportamento, do que anda escolhendo, abrindo mão, aproximando e afastando, que a gente realmente muda. O tempo não melhora nada. Não muda nada. É sempre relativo. E eu sempre defendi que isso era uma droga. E agora volto a dizer que é. Não é lindo o tempo ser relativo, ele nos deixa muita liberdade de não agir. A consciência é que deve mandar na gente. Tomar consciência é milhões de quilômetros melhor que deixar o tempo passar. Conscientizar coisas que a gente tem feito por não estar com os olhos abertos pra dentro é que nos transforma. E tá aí uma palavra que deve ter sido feita para mim: transformação. 

Quando a gente conscientiza as coisas, é que consegue se transformar. O resto são escolhas. Você faz as suas, eu faço as minhas, e vamos procurando nos entender dentro disso. E eu deixo aqui meu respeito com quem se toca e se acha, e quase meu desprezo por quem acha que o tempo vai estar sempre ali, esperando a gente achar que sabe a hora certa. 

mantras.


3:04
fui dormir
ainda surpresa com a força
de uma decisão certa
apenas uma

Jay Radhê Gôpala

don't think.


não tenho muito
tempo.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

(não) procuro a solidão.


Tá. Então pelo que eu entendi, o negócio é o seguinte: cada célula, cada pedacinho, cada milímetro de nós nos representa por inteiro. E cada um de nós é, da mesma maneira, universo em si. 

Tá. Entendi. 

Então é algo do tipo: se uma mini parte de mim estiver triste, vai contaminar todo o resto de mim com a tristeza. E aí eu todinha inha inha estarei triste. E o universo vai chorar também. É isso? É. Então eu preciso pegar a parte mais fácil de lidar dentro de mim mesma, conversar com ela, bater um papo bacana e deixá-la bem feliz. Aí ela fala pra todo resto de mim que eu estou melhor, mais feliz, acreditando nas coisas lindas da vida e deixando pessoas incríveis se aproximarem de mim sem muros, barreiras, sem ser pela metade, sem ser por um tempo, sem aquela densidade que machuca. É isso?

É. Conversei comigo mesma hoje, fiz as pazes com as células mais difíceis de entender que andam morando embaixo desses casacos que me cobrem do frio de não entender. Foi uma experiência. Agora fiquei leve de verdade, acreditando nas frases que eu mesma tinha escrito e sorrindo para ver se amanhã para um pouco de chover, porque afinal de contas eu tenho que me formar. 

Sou linda e absoluta, e tenho dito.

can one day change your life?

duas coisas importantes de hoje.


primeira: basta uma conexão errada no dia, e todas as outras podem se estragar. ou seja: cuidado com cada movimento que você vai fazer. todos eles carregam tudo em si. 

segunda: as pessoas só fazem conosco aquilo que a gente deixa. não adianta chorar, culpar o destino, o horóscopo, chuva. não adianta. a responsabilidade é sempre da gente. te magoaram? você deixou. te enganaram? você também deixou. te iludiram? la la la la... você deixou. então abre a porta pra um monte de coisa boa que tá vindo aí e chega de enrolação. 

terceira: vou no show da maria rita, linda e absoluta. 

ih, mas eram só duas coisas que eu ia dizer. droga, sempre acabo falando mais do que deveria... 

domingo, 21 de agosto de 2011

meio p&b.


A grande moral da história é preparar-se para quem você é. E isso só dá para ser feito quando você encosta em você mesmo. Qualquer coisa fora disso é neurose. E aí a gente tem que sair fora. 

how I feel today.


Fazia tempo que eu não recorria às palavras para desmontar a tristeza, tentar encontrar serenidade. Fazia tempo que eu não sentia essa angústia toda, que realmente só me faz querer desistir. Fazia tempo que eu sequer pensava em desistir. Que eu não tinha a sensação de poder ir embora em paz, por ter tentado, esperado, mudado, pensado, esperado de novo, tentado mais uma vez. Fazia tempo que as partes de mim inteirinhas não faziam mal assim. Fazia tempo que eu não me sentia em vão. Que eu não ia dormir pra esquecer. Que eu não ia esquecer pra voltar a viver. É inevitável dizer que eu sempre fui até os lugares onde as coisas que eu quero estavam, que eu sempre tentei entender, estudar e aprender sobre mim para conseguir chegar. Mas agora chega. Tem céu ali do lado. Sempre teve céu aberto para mim. Chega de subir e descer em emoções, chega de comprar a briga sozinha, chega de abrir a janela e desperdiçar o sol. Volto para onde eu estava, porque de fato nenhum amor vale a pena se deve ser colhido por uma mão só. O amor vale a pena quando é transbordar de si e fazer uma tele-entrega diária de alegria na casa do outro. O amor é tocar a campainha sem nem ter certeza de que ela vai estar em casa, mas sorrir para a porta pensando que já valeu a pena estar ali. Nada que não seja leve, livre, lindo e louco pode ser amor. E quando deixa de ser alguma dessas coisas, o melhor a fazer é guardar as lembranças no bolso e caminhar para a próxima estação. 

arrumando a casa.


Renda-se, como eu me rendi. 
Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. 
Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.
- Clarice Lispector -

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

se eu quiser ser diferente todos os dias, tô com múltiplas personalidades?



surrender.


Na verdade eu vim aqui fazer um post meio revoltado sobre coisas que eu andei pensando esses tempos aí sobre os relacionamentos e aquela coisa toda. E aí acabei parando no meio do caminho e recebi, dentro de um contexto, claro, uma mensagem que dizia: "Eu te procuro. E às vezes acabo me achando". Tirando essa frase desse contexto, e aplicando bastante dela na vida bacana que a gente vive (e unindo isso a tudo que eu venho estudando de mim mesma) eu precisei mudar algumas coisas que eu pensava. 

É coisa demais para caber aqui, e ainda estou no processo de tirar tudo de dentro de mim, mas uma coisa eu preciso compartilhar: eu senti vontade de dizer (e disse, rá) pela primeira vez para uma pessoa que eu precisava dela. Sim, meu bem, preciso de ti. Preciso de você. Medo. Medo. E medo.

Tá, mas peraí. É um outro "preciso". Eu vivo sem essa pessoa. Vivo super bem, nem esqueço de escovar os dentes, e até consigo planejar uma viagem. Mas não quero. Escolhi agora. Escolhi ontem. Preciso porque quero. Eu não virei uma metade de laranja, não sou uma tampa de panela, frigideira ou pote plástico. Eu sou eu, toda inteirinha, mas que agora preciso bastante de alguém do meu lado.

Para ser feliz? 
Não.
Eu já era feliz.
Eu já sou feliz.

Preciso porque eu quero acordar do teu lado, todos os dias, e escolher que eu preciso. Preciso porque eu quero estar dentro enquanto o teu mundo mudar. Preciso porque os quadros não seriam tão legais se às vezes eles não virassem de cabeça pra baixo. Preciso porque eu quero ser, cada dia, alguém diferente, alguém com intensidade, alguém que vive as experiências em vez de nem perceber que o dia passou. 

Preciso porque eu quero. Quero porque eu escolhi. Escolhi porque te amo. 

digdin.


eu julgo as pessoas, ok? 
se você não toma café e se você não gosta de beatles, eu não gosto de você. 
ah. e não adianta gostar de beatles e não tomar café. 
ou vice-versa. 

terça-feira, 16 de agosto de 2011

eternamente.

ôm.
ôm.
ôm.
ôm.
ôm.
ôm.
ôm.
ôm.
ôm.
ôm.

posso te escrever?


vida é uma coisa que eu vou demorar um tempão pra entender. 

eu quase na literatura.


Poderoso para mim não é aquele que descobre ouro.
Para mim poderoso é aquele que descobre as insignificâncias.
Manoel de Barros

e a gincana continua.


continuando a gincana de colocar tudo em dia, vamos lá. já arrumei todo o quarto, gavetas, referências, papeis, cama, mesa, banho, supermercado, armários, cadernos, computador. tenho uma semana para colocar a vida no eixo. café e insônia para continuar, please. 

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

eu também.


Sempre imaginei que o paraíso fosse uma espécie de livraria.
Jorge Luis Borges

gincana: modo on.


A decisão certa não é mais fácil por ser a certa. É a mais leve. Continua sendo difícil. Mas vale em si porque é correta. E só por isso já abre as portas, janelas e deixa tudo fluir. É bem assim que funciona. 

te amo grátis.

sobre um filme.

Eu tenho mania de me apegar aos filmes que eu gosto. E aí eu revejo várias vezes o mesmo, fico dando pause e play para anotar coisas que eu gosto e guardo tudo aqui no blog. E adoro isso. Quando eu preciso, é como se eu tivesse um arquivo de frases interessantes e reflexões. O mais legal desses pequenos insights é que eles carregam uma força enorme. Pode parecer meio motivacional, mas não é. São ensinamentos. E se existe um ensinamento, é porque pode existir um aprendizado. E eu tô aqui para isso. Aprender. 

Hoje eu peguei coisas do filme Peaceful Warrior. E estão aqui para ler e reler até o dia acabar. 

***

Sabedora é agir. Conhecimento e sabedoria não são a mesma coisa.

- Eu sei muito mais do que você imagina.
- Você imagina muito mais do que sabe.

É possível viver a vida toda sem estar acordado.

Todos lhe dizem o que fazer e o que é bom para você. Não querem que você encontre suas próprias respostas. Querem que você acredite nas respostas deles.

As pessoas temem o que há por dentro. E é o único lugar que vão encontrar o que precisam.

As pessoas não são o que elas pensam. Elas pensam que são e isso lhe traz todo o tipo de tristeza.

A mente é um órgão de reflexão. Reage a tudo. Enche sua cabeça com milhões de pensamentos aleatórios por dia. Nenhum desses pensamentos revela nada sobre você.

- Eu esvaziei sua mente. Quando você estava caindo, no que estava pensando?
- Não sei.
- Você estava 100% focado na experiência que estava vivendo.

Seu lixo é aquilo que lhe afasta da única coisa que importa. Esse momento. Aqui e agora.

Às vezes é preciso perder a cabeça antes de pensar racionalmente. 

Falar, interromper e achar que sabe muito são vícios.

A primeira descoberta do guerreiro: não saber. 

Emoções são naturais. como o clima passageiro. 

Tudo tem um propósito. E depende de você encontrá-lo. 

As pessoas mais difíceis de amar normalmente são as que mais precisam de amor. 

Sempre há algo acontecendo. Não há momentos comuns. 

A morte não é triste. O triste é que a maioria das pessoas não vive nada. 

Elimine medo e arrependimento. Todo o resto pertence ao passado ou ao futuro. 

Um guerreiro não desiste do que ama. Ele acha amor no que faz. 

***

JOGUE O LIXO FORA. 
Que lixo? 
AS EMOÇÕES. 

Quase toda a humanidade sofre por isso: se não consegue o que quer, sofre. E mesmo quando consegue exatamente o que quer, continua a sofrer. 

***

PARADOXO 
HUMOR 
MISTÉRIO 

PARADOXO: a vida é um mistério. não perca tempo tentando endendê-la. 
HUMOR: tenha senso de humor, especialmente sobre si mesmo. é a força por trás de toda a atitude. 
MUDANÇA: nada permanece o mesmo. 

***

Você sobe montanhas apenas pela expectativa de ter uma vista sensacional? 
É a jornada que traz felicidade, não o destino. 

E para terminar, o diálogo final: 

- where are you, dan? 
- HERE. 
- what time is it? 
- NOW. 
- who are you? 
- THIS MOMENT.

you had it.


o engraçado é que tem gente que acha que pensa. e continua se enganando. porque continua com os pensamentos baseados nos parâmetros errados. só que aí a vida passa, olha, pergunta se a criatura quer ir junto, e aí o vivente fica sentado esperando. não, vida, não vou. beijos, até a próxima. e continua se perguntando por que será que as coisas não mudam mesmo, hein. por que será. 

eu vou. e me dá licença que eu preciso passar. tô com pressa, sempre atrasada pra viver. não posso perder tempo, muito menos intensidade. existe muita coisa em mim para descobrir. 

(fazia tempo que eu não tinha que usar a tag "me revoltei")

domingo, 14 de agosto de 2011

no dia dos pais.


Resolvi relembrar um email que meu pai escreveu. E como tudo na minha vida aparece sempre na hora bem certinha, essas palavras não se encaixariam melhor em outro momento senão este que estou passando. 

***

É possível arrumar as malas e se mudar pro amanhã?
Lembro que arrumar malas é levar um pouco do passado! Só o passado entra na mala, na bagagem. 
Como é possível se mudar sem malas?
Lembro que se mudar é ter um novo amanhā, a decisão do que levar na mala vai definir nosso amanhã. 
Como é possível escolher a mala certa?
Lembro que a sabedoria - cara e muito rara - é a ferramenta da felicidade que dá a possibilidade de viajar sem malas!
#prontofalei
Acho que deu nó! Mas é dos bons!
Bjo
Te amo!

***

Feliz Dia dos Pais. Eu sou aquela chata que não acredita muito em datas, mas tudo bem. Os pais desse mundo precisam de abraços que tranquilizem seus corações com as certezas que só podem vir dos filhos. E eles se tornam incríveis quando se abrem para isso. 

daquela lista.


hoje escolhi duas coisas:

23. seja excêntrico agora. não espere ficar velho para usar roxo.
30. o tempo cura quase tudo. dê tempo. 

sexta eu dormi no cinema.


e hoje eu passei o dia todo esperando pra chorar.

ai.


mas no fundo, no fundo, é tão bom mudar. 

patience.


Nós não vemos as coisas como elas são, mas como nós somos. 
Anais Nim

sábado, 13 de agosto de 2011

às vezes a gente esquece de respirar.


Espalhem para os amigos. Coloquem nos maiores outdoors da cidade. Anunciem nas revistas mais famosas do país. Não, o amor não é suficiente. Ok? Chega de achar que é. Parem de inventar história. Amor é uma coisa incrível que a gente tem que cultivar, sim. Mas não é suficiente. Amor é uma força. É uma grande força. Mas é a força mais frágil que eu já ouvi falar. 

Primeiro, eu vou falar, você vai ficar de cara e talvez não sejamos mais amigos. Mas eu preciso dizer: a verdade é que a maioria das pessoas nessa vida não conhece o amor. Conhecem namorico, paixãozinha, paixãozona, sei lá. Apego, saudade, virtude, amizade colorida, transparente, cor da pele. Mas amor, não. E não digo isso porque eu conheço e sou incrível, talvez eu ainda não conheça também. 

A gente se apaixona, se ilude, adora, curte, enfim. Mas a gente não tem discernimento, capacidade, auto-entrega, sentimento e força para entender o potencial de um verdadeiro amor. A gente procura encaixar todas as histórias nos mesmos estereótipos que a gente viveu, que os nossos conhecidos viveram, que a novela das oito mostra. E não. Nada disso é amor. Enquanto não entrarmos com profundidade na sensação de ser em si, sozinho, completo, cheio de propriedade de vida, não saberemos o que é esse sentimento. Isso não significa oito anos de celibato, um mês de solteirice, dois anos sem namorar, nada disso. 

Significa o timing das coisas. Significa saber ler. Ler os trajetos da vida ao lado dela. E procurar não errar o compasso. Andar mais rápido, se ela saiu andando na frente. Sentar e esperar, se ela decidiu levar mais tempo para se arrumar. Mas é preciso saber essa leitura. 

Amor é nobre, é paz. Amor é entregar as chaves da casa, é fazer barulho resmungando ao acordar. Amor é a essência da simplicidade. E a gente passa a vida tentando encher os baldes d'água, as gavetas de coisas, as malas de roupas. E não esvazia nada, não se esvazia de nada. E não tem como enxergar o amor assim. Ele se assusta. Corre. Desaparece. 

Talvez agora eu perceba que amor é o tempo certo. Por isso eu comecei dizendo que a gente não conhece o amor. Porque não conhece os tempos. Os tempos de deixar, os tempos de procurar, os tempos de entender, os tempos de respirar. Amor para mim é entender os movimentos da vida e procurar, com toda a alma, colocá-los no tempo certo das coisas. 

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

olha só.


janeiro e dezembro são os meses mais distantes do calendário.
mas se olhar do avesso, também são os mais próximos. 

terça-feira, 9 de agosto de 2011

o mais legal das coisas simples é que elas são simples.

ah.

eu vou mudar o nome desse blog para: esse amor me inspira. beijos. 

records on.


na verdade, o escritor nada mais é que um manipulador de palavras. e, sem dúvidas, sempre as usa combinando com as roupas do dia. não espere imparcialidade na escrita, a gente está sempre jogando as letras como num tabuleiro das escolhas. a gente retorce tudo, vira para enxergar do lado inverso. o escritor é um contorcionista do que ele quer dizer, enrolado em si, procurando paradoxos e metáforas para usar contra ou a favor, deliberadamente, de quem ele bem entender. o escritor é quase um criminoso, temperamental, chato de nascença, irritante por opção e ácido na medida certa para ser, olha que legal, muitas vezes até admirado. 

olha só.


na tentativa de desatar um nó, não desmanche um laço, tá? 

make you notice.


someone like you.
someone like me. 

quero acordar olhando para.

come as you are. 

domingo, 7 de agosto de 2011

confusão.


Essas duas tresloucadas, a Saudade e a Esperança, vivem ambas na casa do Presente, quando deviam estar, é lógico, uma na casa do Passado e a outra no Futuro. Quanto ao presente - ah! - esse nunca está em casa. 
- Mario Quintana - 

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

sozinha.


abstrato talvez seja um lugar entre o impossível e o improvável.
viajei para lá sozinha. volto domingo. 

terça-feira, 2 de agosto de 2011

pode ir.


Tinha vezes que ela ficava sentada na beirada da cama, como se quisesse cair daqui a pouco. Poderia jurar que ele não percebia seus movimentos, mas ele lia os sinais que passavam por debaixo de sua pele. 

Ingênua, pensava ele, que agora anotava suas certezas num diário desse amor que parecia se governar sozinho. Seus encontros eram tão puros que tropeçavam na transparência das cortinas. Seus desencontros pareciam sincronizados, o que conferia aos dois um tom suave de alegres coincidências. 

E sentada no cantinho das roupas espalhadas pelo quarto, ela se sentia dona do mundo. Ingênuo, pensava ela, que agora se apaixonava pelas palavras que criavam suas histórias, aventuras que viravam etéreas de tão simples. É que na verdade qualquer coisa pode se tornar simples, sem ser menosprezada. O desprezo não está em simplificar as coisas. Está em ignorar a essência. 

A cada vírgula, ela sentia vontade de beijá-lo. A cada ponto, sentia chegando um novo abraço. Puro, sabe? Nem se preocupava se a história tinha mais vírgulas ou pontos, se o seu coração ainda faria com que ela tivesse que esperar. Desconhecia a palavra tempo, porque só enxergava o significado de um momento. 

- Mas, amor, tu já percebeu que a palavra apesar deve vir de a + pesar? Apesar então é a-p-e-s-a-r. Mesmo. De peso. 
- Hm.
- Amor. Já percebeu?

Quase sempre assim. Ele demorava para responder, ela já tinha ido parar na próxima conexão. E ficava fugindo e voltando, porque ainda não chegara o momento de serem um. 

- Mania de brincar com as palavras, essa tua.
- É. Depois vou escrever.
- Nunca vi.
- Nunca procurou.
- Ai, que inferno conversar com uma escritora.
- Não sou escritora.

Ela não é escritora. Confunde-se. Ele delicadamente consegue encostar nos seus cabelos, passando as mãos pela nuca e fazendo um tipo não codificado de cafuné. Era um cafuné só dela. Os seres humanos não entendem, pelo que se percebeu. Já li numa revista que isso existe, sabe. Pesquisadores americanos provaram que é esse o caminho do amor. Esse cafuné, misturado com as palavras, alinhado com as fotografias. Ele fica se segurando na beirada da cama. Mas sempre pronto para ser levemente trazido para cima, onde mora o colo dele, lugar em que ela se encaixa e vive de presença, sensata, independente e livre de qualquer dor. 

abrir a janela?


Só sente ansiedade pelo futuro aquele cujo presente é vazio.
Séneca

oi, sol.


são seis horas da manhã. hora de acordar em algum lugar. hora de dormir por aqui. essas madrugadas de trabalho e solidão me fazem tão completa, tão serena, tão feliz. alguns mantras, um cobertor nas pernas, um café para aquecer e me deixa ainda mais alegre. quanta bobagem, né? mas é assim mesmo que a gente acalma a alma, com um monte de coisa simples que no fim do dia (ou da noite) a gente chama de felicidade. bem que eu sonhei que só podia sair quando a noite terminasse e o dia começasse. e esperava na janela o sol nascer. bem como eu vou fazer agora. 

true.


Pessoas comuns [...] encaram o irreal como sendo real 
e esperam que o impermanente seja permanente.
Tsele Natsok Rangdröl

é o meu sol.


preencher a vida de simplicidade
e encontrar aí a felicidade.