segunda-feira, 29 de agosto de 2011

não me fale sobre o seu tempo.


Qual o tempo de uma música? Qual o tempo de uma estação? Qual o tempo de uma flor, de uma janela fechada, de um dia cinza, de um acidente na escada? Qual o tempo de subir quando seu filho chama, qual o tempo de olhar para baixo, qual o tempo de procurar por Deus? E o tempo do filme mais triste, da canção que não sai da cabeça? Dos dias escondidos nas cobertas, das tristezas que não cabem debaixo do tapete? Qual o tempo de um sorriso, de um sanduíche no forno, de uma surpresa no domingo? Qual o tempo de uma viagem que nos espera, de uma semana que nunca se sabe como vai ser, de uma solidão que se fortalece na calma? Qual o tempo de uma separação, de sacudir os travesseiros, de fechar a porta da casa? Qual o tempo de uma coisa que não tem tempo, porque ela vai se formatando conforme o caminho em que passa? Qual o tempo da sua vida, das suas decisões e escolhas? Qual o tempo do seu amor, dos seus planos, da sua entrega, das suas madrugadas? Qual o tempo do seu bem querer, bem estar, bem sorrir e bem amar? Qual o tempo de soltar os cabelos, de enrolar os pés, de entender sem precisar falar?

Não me diga qual seu tempo.
Se você estiver vivendo verdadeiramente nele, de nada servem as palavras.
O tempo reina sozinho, transparente como essência de amar o que é seu. 
E de mais ninguém. 

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