sexta-feira, 12 de novembro de 2010

insuportável mim.


nenhuma parte de mim esquece o quanto o sono era calmo, eu deitava na sua cama ouvindo a sua música. estou chata, sem graça. sem sal, sem querer. fiquei irritada, neurótica. insuportavelmente desconfiada. fiquei na mesma. foi você quem saiu voando. e ainda tinha gente que achava o contrário. assumo um personagem que não sou nesse instante. me desconforto toda, e depois volto ao normal. eu nem sei o que busco, por isso sempre acabo parando de buscar. tem muitas palavras que me fazem queimar por dentro, coisas que eu nem aguentaria dizer. e mais ainda elas me perturbam, porque são confidências minhas com as tuas mãos. eu deitei nos teus braços, e naquele momento eu sentia que era só tua. me pergunto de onde tiramos esse medo. de onde tiramos essa ideia de não ser. de não deixar ser. eu desconfio dos teus beijos, porque me perderia na imensidão da incerteza. eu estou sem graça, sem qualquer cor. sem vestígios, sem marcas. eu nem sei por onde deixei as minhas próprias pegadas. 

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