domingo, 28 de novembro de 2010

janelas de mim.


eu não abro qualquer janela. 
porta, muito menos. 

até porque porta normalmente é maior que janela. entra mais luz, sai mais energia. entram mais olhares, mais gente indo e vindo. passando por aqui e por ali, tentando entrar e se sentindo em casa. ah, não. não venha a aqui se sentir na minha casa. me dá um tempo. espera eu abrir a porta. antes, era tudo escancarado. na verdade, eu acho que nem tinha janelas. a casa era de vidro, toda aberta, sem pensar. fui construindo paredes. nada que me afaste do mundo, mas tudo que me aproxime de mim. várias janelinhas, pequenas, discretas. eu abro, você entra. pode até ficar um pouquinho. sem demoras. talvez você até volte, eu abro novamente um espacinho. mas agora quem quiser entrar pela porta, lamento, vai ficar preso do lado de fora. 

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