segunda-feira, 9 de agosto de 2010

sem peso e com poesia.


você ainda teima para usar o cinto de segurança. tende ainda a me perguntar o que eu acho das suas roupas. consegue me hipnotizar com seu olhar profundo e brilhante. você tem ido cortar o cabelo, eu reparei. comprou pão novinho, será que esperava visitas? será que você tem lido bastante? seu sorriso está mais sincero. parece que está vindo mais de dentro. tudo muda, nada muda. você não perdeu a mania de querer me deixar dormir até mais tarde. será que é por causa do beijo de bom dia antes de ir embora? não perdemos nossas manias. eu ainda te peço água antes de dormir só para encontrar nisso alguma certeza de que você gosta de mim. você usa os mesmos tênis. fica resmungando do mesmo jeito antes de acordar, e sai correndo com pressa para trabalhar. tudo muda, nada muda. tudo, nada. tem tanto de nós dois em cada um de nós. eu não sei ainda a medida. sua mão na minha cintura de madrugada. nada muda. mas tudo fica onde estava.

(ah, se eu fosse marinheiro. era eu quem tinha partido.)

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