domingo, 3 de outubro de 2010

eat pray love.


Eu comprei esse livro enquanto estava em Garopaba. Entramos numa livraria e eu simplesmente queria um livro legal para ler nas férias. Compramos juntos, dois livros. Eu, esse. Ele acabava sempre comprando livros complexos, sobre mitologia, história e coisas afins. Isso me fazia admirá-lo.

Devorei o livro em poucos dias. Pensando que era uma linda história de amor. Mas eu enxergava o amor errado. Achava que Liz estava realizada mesmo ao final do livro por encontrar seu amor fora dela. Mas não. Ela encontrou a si mesma. E é isso que tem acontecido comigo neste ano. Não larguei tudo para viajar pelo mundo (ainda), mas estou me achando. Onde será que eu andei por todo esse tempo? Onde eu enfiava todas essas escolhas legais que tenho feito ultimamente? Onde estava essa paz? Onde estavam esses momentos, esse prazer em viver cada dia? Não cheguei a sofrer, de maneira alguma, mas passei muito tempo vivendo coisas que não eram minhas. Vidas que não eram minhas. Histórias e neuroses. Por que isso? Hoje assisti esse filme com o coração feliz. Sim, cheio de clichês. Sim, se tivesse sido produzido na Europa talvez a crítica tivesse aplaudido mais. Sim, os gaúchos bairristas ficam furiosos porque quando aparece o personagem nascido aqui, ele sempre vem acompanhado de bossa nova. Não me interessa. Eu adorei, chorei, sorri. E me vi ali. Bem ali. Não sei se a minha primeira parada vai ser a Itália, mas que eu estou pronta para viajar e viver, para escolher e viver a minha felicidade. Ah, estou.

Obs.: e só vão ficar perto de mim as pessoas que quiserem viver bem assim!



E um dos meus trechos favoritos. Um tapa na cara, mas às vezes a gente bem que merece.

Então fique sozinha, Liz. Aprenda a lidar com a solidão. Aprenda a conhecer a solidão. Acostume-se a ela, pela primeira vez na sua vida. Bem-vinda à experiência humana. Mas nunca mais use o corpo ou as emoções de outra pessoa como um modo de satisfazer seus próprios anseios não realizados.

(...)

Além disso, tenho problemas de limites com os homens. Ou talvez não seja justo dizer isso. Para ter problemas com limites, é preciso primeiro ter limites, certo? Mas eu sou inteiramente tragada pela pessoa que amo. Sou como uma membrana permeável. Se eu amo você, lhe dou tudo que tenho. Dou-lhe meu tempo, a minha dedicação, a minha bunda, o meu dinheiro, a minha família, o meu cachorro, o dinheiro do meu cachorro, o tempo do meu cachorro – tudo. Se eu amo você, carregarei para você toda a sua dor, assumirei por você todas as suas dívidas (em todos os sentidos da palavra), protegerei você da sua própria insegurança, projetarei em você todo tipo de qualidade que você na verdade nunca cultivou em si mesmo e comprarei presentes de Natal para a sua família inteira. Eu lhe darei o sol e a chuva, e se não estiverem disponíveis, darei-lhe um vale de sol e um vale de chuva. Darei a você tudo isso e mais, até ficar tão exausta e debilitada que a única maneira que terei de recuperar minha energia será me apaixonar por outra pessoa.

(Elizabeth Gilbert em Comer Rezar Amar)

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